segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Mais um gole

Tentei te sorver decomposta nas substâncias das quais é feita, a fim de apreciar qualidades isoladas. Mas não dá pra dissociar. Ou és inteira ou não és. Por isso vou me resguardando de ser visto tomando aquela bebida amarga, licor dos casos perdidos e corações fora da lei.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Talvez Natal seja um pouco disto...

Cresci num lar onde nunca fui obrigado a crer em Jesus, a ser católico ou coisa similar. Mas minha mãe, cristã, me ensinou a orar e nos disse que existia um deus.
Cresci num lar onde meu pai nunca emitiu nota sobre religião, mas nos ensinou (eu e irmã) a sermos educados, generosos, solidários uns com os outros e corteses com os demais.
No meu lar ir à missa aos domingos era obrigatório, mas a casa não desmoronou quando optei por não seguir a religião católica.
Nas minhas origens divergência religiosa nunca foi polêmica. Mas o respeito sempre foi obrigatório.
Hoje todos nós seguimos caminhos diferentes. Na vida e nas opiniões. Mudamos e seguiremos assim. Mas há algo que permanecerá sempre em nossas convicções, independentemente de qualquer caminho e acima de qualquer religião: a tolerância com o diferente.
Quero dizer, o natal, juntamente a Cristo e toda filosofia que ele carrega (filosofia do amor), nada mais é que a filosofia do respeito mútuo, afastando toda forma de fanatismo.
Honestamente não reconheço Jesus, e toda a história contada sobre ele, mas acredito que pensar sobre as mensagens não faz mal, ainda mais quando são mensagens construtivas.
Só que algumas coisas não podem esperar um dia do ano pra serem aplicadas. Neste Natal, comprometa-se a exercer o caráter reto todos os dias do ano, todas as horas do dia. Se não acertar, tente de novo.
Um debate honesto não é compatível com ignorância e radicalismo. Aquele repudia preconceito e discriminação injusta. Penso que esta é a mensagem...

Boas festas!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mais um passo

Sabemos que cada página vivida é um pouco do contágio que se estabelece entre nossa alma e o ar deste mundo.  E já não podemos falar de pureza como antigamente.
Cada vez mais amarrado à história, você procura subterfúgios pra encarar aquele poço profundo. Amparado em máscaras, a cada dia em um grupo social diferente, não há nada de novo quando você se olha no espelho.
O mesmo hipócrita de sempre.
Mas não.
Não potencialize aquilo que convive harmonicamente com suas glórias e milagres. O que operaste no coração de outrem não é pago com moeda alguma do mundo. Nem com ouro ou pedras.
A metade do caminho já se foi...
Como você pretende continuar a outra?
Não me especializei em mentiras e não aceito fazer da minha vida um circo ou um livro em branco.
Mostre como é pequeno o ser sofredor, mostre como é risível sua dificuldade pra ficar de pé, pequeno. Berre, berre, até o infinito, pois a fé é a única coisa que te resta, a despeito de não se ter certeza sobre nada. A luta do ser vivente é continuar a estrada sem ao menos saber para onde vai, sem poder ao menos voltar.
Por isso, pequeno, creia no que não se pode comprovar, aceite simplesmente que há algo, ainda que isso seja uma resposta provisória pra todos os porquês. Faça disso sua sobrevivência. Vá diante Dele, e faça a pergunta derradeira.
Pequeno, berre. A dor é símbolo de sofrimento e de coragem, pois dói reunir forças pra lutar.
Sabemos que cada página vivida é um pouco do contágio que se estabelece entre nossa alma e o ar deste mundo.  E já não podemos falar de pureza como antigamente.
Mas talvez possamos falar de coragem. E se pintarmos nas máscaras de guerra nossos próprios rostos. E se não for tinta mas nosso próprio sangue que deixar tal impressão...
Aí será nossa própria alma, e mais ninguém, que atravessará a jornada. Da forma como tinha que ser. Pois a caminhada dos fracos não se faz sem dor e luto. Mas ao cruzar a linha de chegada tenha a certeza que, acima dos erros, e acima de tudo, você agora é forte.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sobre pedras e flores

Raciocínios incompletos são como um copo de vidro deixado na beira da pia. Você pode entender que ele vai cair, ou que sempre há tempo pra colocá-lo em um lugar seguro.
"Nem todas as pedras, só as que edificam, nem todas as flores, apenas as mais belas.
E nem ouse insinuar que era mentira porque a única coisa que disse foi pra você não se sentir a causa das minhas lágrimas".
Hoje eu percebi que todo esforço pra te eliminar é um esforço pra eliminar parte de mim.
O que vivemos é inexplicável. Inesquecível.
Quando eu fecho os olhos eu lembro dos nossos risos e de como era bom estar perto de você. Passava tão rápido... Hoje tudo é devagar. 
Ah! Se eu pudesse voltar no tempo. Ah, se o tempo pudesse aliviar sua carga...
Hoje caminho sobre pedras e flores, apenas esperando com quem dividir.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O campeão

Algumas vezes me sinto idiota. Por acreditar em crescimento, por acreditar que vale a pena acreditar. Estúpido quando viajo ao ouvir músicas que falam da minha vida. Às vezes me sinto um palhaço por rir de coisas que não fazem sentido e que ninguém mais riria. Outras vezes me sinto um ator por sorrir quando tudo parece dar errado. Mas há momentos em que me sinto o campeão por saber que sou capaz de conseguir aquilo que me dedicar, assim como já o fiz.

Dado momento descobri que era louco, pois insistia na idéia de que alguém iria me buscar. Por isso deixei que o isolamento e a inércia fossem palavra de ordem na minha vida, esperando alguém segurar minhas mãos.
Perguntei: como se faz?
Sugeriram-me ser eu mesmo. Mas eu já era... Não perguntei como é ser você, e sim: como posso dar o meu melhor?

Nasci, vivi desacordado, me olhei no espelho, caí em trevas, nasci de novo, me acomodei, desconstruí e reconstruí.

Tudo que eu vivia era em função de encontrar minha busca e fazer a pergunta derradeira. Agora eu sinto que se eu fosse ocupado de coisas pequenas não teria tempo pra pensar em coisas estruturantes. É... Muito pode ser pouco (ou nada). Quando pensar sobre a vida de todos pode parecer grandioso e até ambicioso, tudo que eu queria era encontrar uma pessoa tola, estúpida o suficiente pra me olhar nos olhos, pequena pra rir do que ninguém riria, trouxa o bastante pra ir além do imaginável ouvindo música e também infantil o bastante pra crer ser o próprio campeão.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sementes

O álcool, o adiantar da hora, e o embaraçamento causado pelo amor nos faz cometer injustiças com mestres do conhecimento, grandes poetas e gênios na arte de expressar os sentimentos. Assim, fica meu pedido de desculpas na certeza que mesmo com palavras atrapalhadas, com frases vacilantes e com arranques de memória, não foi minha língua, mas meu olhar que proferiu as palavras necessárias àquele momento. Eu disse o que precisava ser dito, ouvi o que não queria ter ouvido. Levei comigo a certeza da atitude correta e o vazio que me invadiu. Assim como numa obra completa. Assim como grandes escritores se sentiram. Mas a alegria de quem planta é que se você for perseverante (junto com a semente jogada), ela será uma árvore viçosa e fará valer a pena aquelas palavras errantes, que, a despeito de errantes, acertaram o coração de alguém.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Solilóquio

Me tornei uma pessoa tão óbvia que falar sobre mim mesmo já não é fácil como tempos atrás. Antes eu falava sobre coisas que sequer tinham referência objetiva com minha vida, que eram sobre mim, estava claro, mas só eu mesmo podia entender. Mas algumas decisões nos obrigam a revelar nosso próprio ser a tal nível que a única sensação é a nudez. Sim. Um desconforto de quem é obrigado a lutar com as portas de casa abertas, de quem leva pra guerra não seu elmo mas a própria face. De tudo que salta aos olhos em nada fui contemplado. Quem olha pra mim terá que fazer um esforço, a fim de entender que não me limito às reações provocadas pelos meus traços objetivos. A natureza foi tão caprichosa que determinou que a arte final fosse revelada de olhos fechados, de prazer ou de saudade. Agora, o tempo. Agora, quem sabe um dia. Pra mim resta o silêncio...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

De volta ao início

Era mato. Estava sempre a disposição, servindo de alimento pros bichos.
Quis ser bicho. Afinal, eles eram poderosos, sempre que tinham vontade, se alimentavam.
Aí o mato acabou. Pedi pra ser ave. Ave é o bicho que se alimenta de bicho.
Mas aí os bichos acabaram e me foi oferecida a dádiva de ser urubu: o bicho que come o
bicho que ninguém quer mais.
Depois que a concorrência ficou inviável, me perguntaram se eu gostaria de ser um humano.
Eu imaginava que não merecia tamanha honra. Um homem!
Quando então me tornei um, foi mágico!
Tinha enlatados a disposição, carnes congeladas, industrializados, produtos que não só alimentavam o corpo,
mas que alimentavam os desejos.
Mas percebi que queria mais e mais, que por algumas vezes passei por cima de outros homens pra conseguir
os meus objetivos. Percebi que queria ser outros homens, e que não gostava quando era superado por qualquer deles.

Quando atingi o despertar, falei para o íntimo da minha consciência:
Fui todas as criaturas que estão sobre a terra, fui mar e fui vento.
Eu peço: me deixe ser planta de novo, e eu semearei tudo aquilo que aprendi.
Mas o que aprendeu?
Nesta vida nós 'servimos' e somos 'servidos'. Minha vida não faz sentido se não for fazer algo por alguém, na mesma medida que não aguento viver sem que façam algo por mim, ainda que seja um sorriso.

Por isso, ser planta...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Do jeito que é

Assim mesmo. Tens consigo algo distinto do que indica teu outro nome. És energia e sentimento. És poema (e poema de vida). Ostentas a bandeira da inocência mas na verdade derrama-me experiência com o olhar. Deixe-me agora te conduzir uma valsa em pleno mundo teu, dance teu salão principal e encare que qualquer experiência perdida é uma experiência vivida, e pior seria se fosse sozinho. Estou aqui. Mãos estendidas, coração aberto. Ombros prestes a te amparar. Seja o que for... Haja o que houver.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Benevolência e obstinação

Incomum benevolência. Desfrute dessa qualidade.
Doce teimosia. "Faz parte do meu show..." (citando Cazuza).
Para iniciar está bom. Cada face que explora meu rosto. A ferramenta torta que o esculpiu.
Conviva com a renegação. Conviva com o espelho.
Quando aceito não estou propriamente cedendo. Estou apenas discordando de mim mesmo,
Aproveitando um argumento posto pelo interlocutor. Sempre em questionamento.
Também não aceito nada sobre mim.
E o que mais sou capaz? Descobrir coisas. Sempre.
Hoje descobri algo interessante: mesmo que eu esteja perdendo, em franco processo de desistência, ainda assim eu vou fazer parecer que estou ganhando. Pior do que perder (para mim) é ganhar abrindo mão de algo que, no mínimo, me é indispensável. Logo, se eu perder, vou estar ganhando. Derrota por opção.
Ame a benevolência de um. Aceite sua doce obstinação.

domingo, 25 de setembro de 2011

Casa

Uma casa de formiga construída num estágio de consciência de formiga (quando na verdade se é abelha), e só mais tarde isso vem à tona, pode servir de postulado básico para converter a morada  em casa de abelha sem uma desconstrução completa?
Todas as peças que colocamos foi sobre um enunciado coberto a véu.
Porém não são mais mundos isolados.
Não será viável exercer os atos da nova vida se apegando a conceitos do passado. É apenas uma questão de tempo pra percebermos.
Pode o sujeito se apegar a uma verdade construída sem sinceridade plena para afastar os produtos da nova forma de ver o mundo? As coisas já não são como sempre foram.
Princípios estruturantes se transformaram. Postulados básicos se foram.
Nós derretemos o aço que nos forjou. Agora sob nova forma. Um novo conceito.

sábado, 10 de setembro de 2011

As mãos

Estava tão apertado, tão difícil, que resolveu se curvar. Atirado ao chão, deixava toda aquela tempestade bater em suas costas, sua nuca. Aos poucos, gota-a-gota, o mal foi sendo suportado. Recorreu a quem talvez seja a única pessoa capaz de lhe dar a vida. E deitou. Esperou o efeito do tônico dos deuses, na esperança de um milagre. O inacreditável é que ele sabia ser o culpado da própria dor. Por usar demais. Mesmo assim, no dia seguinte lá estava ele novamente, na chuva, expondo seu corpo de novo. Mas o labor foi feito com tanta intensidade, com tanta arte, que superou todas as expectativas! Era o seu ápice dos últimos tempos. Insuperável exceto pela primeira vez. Veio a dor novamente. E de novo réu confesso. Não seria acusado por si mesmo, o medíocre. Ocorre que o amor o fez continuar. E dedicou os dias que eventualmente surfará em glória ao desejo capital. Desta vez não faria da mesma forma, refletiu. Escolheu com dedos de cirurgião, ou melhor, de artesão que era. Escolheu a melhor obra poética, o símbolo perfeito de seu amor. E se dedicou a viver por esse ideal. Eternamente, até que outro desejo lhe tomasse as mãos.

Glória

Não são cartas. Nem sei como são. Pensamentos são como fichas?
Eu só sei que embaralha, que descarta, que grava e superpõe.
Eles nos mostram o que é certo?
Eu só sei que pira, que erra, que sofre e machuca.
Glória dos dias em que os homens acordam com a consciência limpa.
Glória desses dias. Nada mais a dizer.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Interessa

Me interessa saber quando as coisas acontecerão, pois é difícil viver essa terrível dor de não-saber. Lançou-se os dados pra quem não acredita em sorte, mas ela pode ser a única saída pra quem já nasceu com menos.

Muitas coisas mudaram. Vão continuar a mudar. Ninguém sabe começar o projeto faraônico: construir um templo vazio ou amar o casebre que te pertence.

Cada guerra declarada contra mim mesmo. Me assusta como venho sendo meu pior algoz.

Só descobrir...
Acreditar que está me esperando em algum lugar parece extremamente utópico.
É mesmo algo ridículo pra alguém tão cético.

Não vou retornar pras bases de onde saí.
Mas não me peça pra correr agora.

Acostumado a se acostumar com o escuro, pro homem deitado é mais fácil esperar pela morte.
Ainda que não seja doce, e sim amarga a sensação...

Vários universos dentro de um mundo.
Aquele ainda me chama.
Me clama e berra, volta pra mim...
Ele é tentador. O fim é a resolução de todos os problemas.

Covarde, nada muito diferente da filosofia pessoal de outrora.
Tanto quanto masoquista pra chamar a atenção, mas ninguém se condói.
Eu disse, NIN-GUÉM...

Só tenho medo de uma coisa. Da crueldade que empenharei contra mim mesmo.
Até que a morte me separe... Amém.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Areia

Areia. Tudo começa com areia. Que vira vidro. Que vira espelho. Mostra seu lado mais cruel. Mostra seu lado mais suave. Pecados, milagres. Isso é o que você será capaz de fazer. Todos os pontos de luz convergem pra que enxerguemos o que somos. Mas não. Destrói essa farsa que criou por fora. Desconstrói o que está dentro e caminha. Transforma o que era vidro, esse ideal cristalino. Transforma tudo em areia. Pisa nesse chão que é macio, mas não deixa afundar. Feche seus olhos e me encontre numa praia. Agora. Deserta. Tudo é azul e ao som do mar. Tudo é areia. Feche os olhos e a sinta nos pés. É só areia. São só seus pés. É só você e o mundo. É só o mundo.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sempre há um minuto pro que você quer...

Parecia cena de filme. Meu olhar foi ao contrário do que vinha. Mas eu não estava na sala do cinema. Eu fico tentando lembrar dos pensamentos que passaram na minha cabeça. E fico premeditando qual será o próximo ato. Não sei qual será o terceiro. Sei tão só que meu segundo ato tinha toque de vento, som de música. Sei que ele era sensorial, surreal, tridimensional. Espero que ouvir minha música (quando eu ouvir) não seja um desagrado, que me ver no espelho não me cause medo, porque até então eu não sou pauta dos meus assuntos. Qual será meu terceiro ato? Dizem que eu posso fazê-lo da melhor forma. Porém, quem disse que a vida dá alternativas de caminho? O receio de cair reflete o jeito covarde que venho caminhando.
Engraçado que ao enganar os outros você acaba se enganando, pois você vive da história que conta. Ocorre que poucos estão realmente preocupados com as mentiras que você se prega. Mas o prejuízo dos que se ludibriam pode ser incalculável. E agora? Como anda um homem nu tentando se esconder? Como ele se expressa? Todos riem dele? Chame-o, deite-o, espanque-o, traga-o à razão.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O preço.

Eu daria até o que não tenho por um momento inconsciente, por um momento irracional, desprovido de qualquer pensamento. Apenas mares se encontrando. Um universo e o outro. Um universo.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Aguagridoce

É água

Água que está aqui

Todo um universo sustentado por uma cabeça

Pela alma

A razão seja o dique dessa imensidão

E a cada vez que encher demais

Sustente com todos os seus nervos

Toda sua força

Mas chore

Desabafe

O dique não aguenta

O escape é necessário

Não é preciso

Virada

Alguma

Sofrer é preciso

Viver, não

Sim?

terça-feira, 26 de julho de 2011

Sobre como amar aos outros como a ti mesmo. Parte II.

Continuo filosofando sobre isso. A seguir um trecho de um dos meus textos no qual explico porque os outros são um problema pra mim. Esse texto tinha a finalidade de esclarecer os meus problemas, quais sejam, eu, Deus e os outros. Pertinente aqui a parte que fala dos outros.

"E quem poderia entender este coração jovem? Um coração marcado por dúvidas e incertezas, por idas e vindas teóricas.
Passado e futuro? Prefiro chamar de história e projeto.

[...]

O cansaço talvez não me deixe prestar um depoimento mais completo sobre os outros. Por que os outros são um problema pra mim? Por que são eu mesmo. São meu espelho antagônico. Eu sou o que não sou. Eu só sou eu porque não sou nem os outros nem as coisas. Negação. Julgamento. O olhar alheio condena porque é sincero. Ponto do observador. Física. O ponto do observador não observa a si mesmo. Para ter uma visão clara e não tendenciosa de si é necessário olhar na pupila do outro. Os outros são um problema porque não sabem dialogar, não sabem ouvir. Talvez a solução esteja em compreender a si mesmo. Mas se isso só é possível através da pupila do outro, necessário se faz trabalhar e nunca desistir das pessoas ao nosso redor. É uma questão de se desenvolver aceitando as críticas alheias, ou de não se desenvolver, racionalizando tudo que você no espelho."

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sobre como amar aos outros como a ti mesmo.

Utópica. Sonhada. Idealizada. Nunca realizada. Parece mesmo uma frase que só cabe na voz de alguém muito superior, Jesus Cristo (se existiu). Não se assustem com isso. Minha mente é científica demais, crítica demais. Até hoje a única coisa que sei sobre Jesus são histórias. Assim como dos meus bisavós. Nunca me penitenciei por não lembrar de um conselho sequer que meus bisavós deram aos meus pais. E olha que são sangue do meu sangue.
Voltemos ao principal.
Nosso problema parece mais simples de resolver do que se pensa. Basta olharmos por um prisma diferente do comum. Amar aos outros como a nós mesmos não é querer o bem, poupar, cuidar, dar sustento e carinho a estranhos. Isso seria estranho. Claro que cabe a nós respeitar a todos bem como construir uma sociedade solidária. Mas entendo que o verdadeiro sentido de amar aos outros como a ti mesmo é entender que, se todos os seus erros são racionalizados, se você se perdoa e sobrevive com todas as suas humanidades, no que exatamente você seria melhor que os demais para não conceder essa mesma compreensão a eles?
Talvez seja o momento ideal pra entendermos que todos somos sujeitos de respeito, cuja humanidade (interpretada como imperfeição) deve ser aceita em todos e não apenas em nós mesmos. Não julgueis, assim como gostaria de ser compreendido, por mais errados que fossem os seus atos.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Nada.

Vamos falar sobre o nada. Bom! Essa frase já afastou centenas de leitores em potencial. Mas prossigamos. O nada é uma palavra tão corriqueira, tão comum em nosso dia-a-dia que nem percebemos o seu real valor. O que você está fazendo? Nada. Obrigado! Por Nada! É isso? Ah, que n... Perceberam? Provavelmente não. Mas pra mim, que gosto de analisar não somente o sentido que as palavras trazem, mas a verdadeira fonte inspiradora da palavra, ou seja, o elemento do mundo dos fatos que a palavra quer representar, ou melhor, que as convenções humanas resolveram chamar. O nada pra mim é muito maior que algo inútil, do que comportamento de pessoas sem o que fazer. O nada pra mim é a sensação de não estar preso a ideia alguma. Se filiar a uma ideia é estar cheio de dúvidas e terminar por não ir a lado nenhum. O nada é a liberdade. A liberdade interpretativa, é quando você está conectado com o seu eu. Já associaram o nada à uma estranha (e inquieta) calma do mundo exterior? Pois é, faz sentido... Aproveite seus momentos de nada e converse com seu eu interior. A aversão pelo nada pode ser uma aversão a seu conteúdo, ou a ausência dele. E se não enxergar nada, é um  ótimo momento pra começar seus empreendimentos, e você ainda poderá começar por um bom alicerce.

domingo, 29 de maio de 2011

É. Ou deve ser.

Você é a pessoa. Você não é a pessoa. Você não quer. Você não se quer. Você quer alguém. Eu sou quem você quer. Mas não como você quer. Eu não sou quem você queria que eu fosse. Já fui. Sem querer ser quem eu seria. Segui...................................................................................................................................................
Eu quero um vento. Azul. Um céu estrelado. Estar do meu lado. E ser pra sempre eu. Acostumado com minha presença. Ela e o Tempo. Pra não dizer que só.

sábado, 30 de abril de 2011

As escadas que levam pra algum lugar.

O tolo, muito triste, reclama da vida.
(No seu canto...)
O sábio,
(De lá)
Atento, pergunta pro tolo:
Por que [s] reclamas se tens tudo [s] que [s] precisas?
Os esses pode por  na conta do sábio
(Fala culta, clássica. Típico de sábio... O Tolo classificaria como insuportável)
Quem disse que o coração se alimenta de bens materiais?
Replicou o tolo.
E quem disse que basta uma condição confortável de vida pra que vivamos inertes e mansos?
Do jeito que finalizou.
...
Nada de comentário em dialeto de sábio.
Pro deleite do tolo.

What I'm thinking today

Seus olhos estão na fronte.

Parece não ser possível olhar seu passado e caminhar adiante ao mesmo tempo.

Parece um contra-senso biológico.

Mas não é.

É metafórico, psicológico.

É mental.

É aquilo que a capacidade humana consegue fazer.

Você poderá levar a vida sem olhar pra trás.

É normal.

Tantas pessoas intelijentes fazem isso.

Então finja que seu passado não é parte de você.

Esqueça-se de corrigir os erros de outrora.

E morra do mesmo jeito que veio.

domingo, 10 de abril de 2011

Deixa pro final...

Metáforas...
Ah! As figuras de linguagem.
Tudo seria tão bom
Se em verdade não brincássemos com as palavras
Mas que a realidade fosse tão plástica quanto aquelas
E nós poderíamos medir o amor
(meu amor é do tamanho do céu)
Mergulharíamos léguas submarinas
(hoje estou uma baleia)
Iríamos nas alturas de lugares inimagináveis
(a semana voou)
E nada seria tão divertido
Como ver as horas passarem
Correr contra o tempo
Se entupir de chocolate
E morrer de rir

domingo, 6 de março de 2011

É.

Às vezes nos perguntamos: quem somos? É uma pergunta que, salvo engano, ataca todas as pessoas, em dado momento de suas vidas. Perfeitamente normal, penso eu. Somos produtos de toda a informação que recebemos, da carga de criação de quem nos cria, das tendências dos amigos, das negações dos inimigos. É realmente complicado se definir. Fixar um ser humano é impossível, por mais estagnado que ele seja. Cada pessoa é parte do todo, integramos e integramos a massa. O primeiro porque somos únicos. O segundo porque somos tudo. Em toda essa explosão de culturas, línguas, etnias, ideologias, complicado não se identificar com algo novo ao se deparar com tal. Aí vem a crise, os conflitos éticos, as tristezas... Geralmente as últimas surgem quando ferimos alguém, machucamos mesmo. Ou quando perdemos algo valioso, em razão do nosso agir. A crise do "como ser" não é algo que possa ser desenvolvido em laboratórios, ou por especialistas psi. Depende sobretudo da prática da boa vontade. Depende ainda de uma expansão da alma a um nível incalculável. Adiante e para além de todas as nossas futilidades. Não é questão de largá-las. É questão de não fazer do que passa uma confusão com o que fica, e é.