segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Mais um gole

Tentei te sorver decomposta nas substâncias das quais é feita, a fim de apreciar qualidades isoladas. Mas não dá pra dissociar. Ou és inteira ou não és. Por isso vou me resguardando de ser visto tomando aquela bebida amarga, licor dos casos perdidos e corações fora da lei.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Talvez Natal seja um pouco disto...

Cresci num lar onde nunca fui obrigado a crer em Jesus, a ser católico ou coisa similar. Mas minha mãe, cristã, me ensinou a orar e nos disse que existia um deus.
Cresci num lar onde meu pai nunca emitiu nota sobre religião, mas nos ensinou (eu e irmã) a sermos educados, generosos, solidários uns com os outros e corteses com os demais.
No meu lar ir à missa aos domingos era obrigatório, mas a casa não desmoronou quando optei por não seguir a religião católica.
Nas minhas origens divergência religiosa nunca foi polêmica. Mas o respeito sempre foi obrigatório.
Hoje todos nós seguimos caminhos diferentes. Na vida e nas opiniões. Mudamos e seguiremos assim. Mas há algo que permanecerá sempre em nossas convicções, independentemente de qualquer caminho e acima de qualquer religião: a tolerância com o diferente.
Quero dizer, o natal, juntamente a Cristo e toda filosofia que ele carrega (filosofia do amor), nada mais é que a filosofia do respeito mútuo, afastando toda forma de fanatismo.
Honestamente não reconheço Jesus, e toda a história contada sobre ele, mas acredito que pensar sobre as mensagens não faz mal, ainda mais quando são mensagens construtivas.
Só que algumas coisas não podem esperar um dia do ano pra serem aplicadas. Neste Natal, comprometa-se a exercer o caráter reto todos os dias do ano, todas as horas do dia. Se não acertar, tente de novo.
Um debate honesto não é compatível com ignorância e radicalismo. Aquele repudia preconceito e discriminação injusta. Penso que esta é a mensagem...

Boas festas!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mais um passo

Sabemos que cada página vivida é um pouco do contágio que se estabelece entre nossa alma e o ar deste mundo.  E já não podemos falar de pureza como antigamente.
Cada vez mais amarrado à história, você procura subterfúgios pra encarar aquele poço profundo. Amparado em máscaras, a cada dia em um grupo social diferente, não há nada de novo quando você se olha no espelho.
O mesmo hipócrita de sempre.
Mas não.
Não potencialize aquilo que convive harmonicamente com suas glórias e milagres. O que operaste no coração de outrem não é pago com moeda alguma do mundo. Nem com ouro ou pedras.
A metade do caminho já se foi...
Como você pretende continuar a outra?
Não me especializei em mentiras e não aceito fazer da minha vida um circo ou um livro em branco.
Mostre como é pequeno o ser sofredor, mostre como é risível sua dificuldade pra ficar de pé, pequeno. Berre, berre, até o infinito, pois a fé é a única coisa que te resta, a despeito de não se ter certeza sobre nada. A luta do ser vivente é continuar a estrada sem ao menos saber para onde vai, sem poder ao menos voltar.
Por isso, pequeno, creia no que não se pode comprovar, aceite simplesmente que há algo, ainda que isso seja uma resposta provisória pra todos os porquês. Faça disso sua sobrevivência. Vá diante Dele, e faça a pergunta derradeira.
Pequeno, berre. A dor é símbolo de sofrimento e de coragem, pois dói reunir forças pra lutar.
Sabemos que cada página vivida é um pouco do contágio que se estabelece entre nossa alma e o ar deste mundo.  E já não podemos falar de pureza como antigamente.
Mas talvez possamos falar de coragem. E se pintarmos nas máscaras de guerra nossos próprios rostos. E se não for tinta mas nosso próprio sangue que deixar tal impressão...
Aí será nossa própria alma, e mais ninguém, que atravessará a jornada. Da forma como tinha que ser. Pois a caminhada dos fracos não se faz sem dor e luto. Mas ao cruzar a linha de chegada tenha a certeza que, acima dos erros, e acima de tudo, você agora é forte.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sobre pedras e flores

Raciocínios incompletos são como um copo de vidro deixado na beira da pia. Você pode entender que ele vai cair, ou que sempre há tempo pra colocá-lo em um lugar seguro.
"Nem todas as pedras, só as que edificam, nem todas as flores, apenas as mais belas.
E nem ouse insinuar que era mentira porque a única coisa que disse foi pra você não se sentir a causa das minhas lágrimas".
Hoje eu percebi que todo esforço pra te eliminar é um esforço pra eliminar parte de mim.
O que vivemos é inexplicável. Inesquecível.
Quando eu fecho os olhos eu lembro dos nossos risos e de como era bom estar perto de você. Passava tão rápido... Hoje tudo é devagar. 
Ah! Se eu pudesse voltar no tempo. Ah, se o tempo pudesse aliviar sua carga...
Hoje caminho sobre pedras e flores, apenas esperando com quem dividir.