terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A menor distância

Já me disseram que a menor distância entre dois pontos é uma reta, mas na realidade nada é tão fácil assim.
Os homens desejam encontrar o caminho limpo de atrasos e desvios, o caminho de seus objetivos, mas egoisticamente se esquecem que mais da metade deles ou quase a totalidade do modus consiste em passar tal como um compressor pelo caminho dos outros.
Daí surgir a dúvida: o que interessa é o qual pelo modo ou o modo (ético ou não) que atingimos nossos objetivos?
Você pode abortar um fim necessário se de modo honrado não puder fazê-lo.
A medida do caráter não é apenas o que se faz com o poder, mas como se obtém e como se procede com ele em mãos, sobretudo diante de subordinados.
A distância ideal entre um sonho e a realidade pode ser uma reta, mas não é sem razão que o poeta viu tantas "pedras no caminho".

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Agora nós temos uma canção

Pode ser que se eu tentar
Eu consiga me lembrar
Daquele tempo em que você
Sorria de me ver

Mas não volta nada
Cada coisa no seu lugar
Volta nada
Não consigo recuperar

Sempre que eu quis culpar o tempo
Pela sua falta
Olhei atrás, do lado
Sem sentir sua presença
Agora que eu estou de frente
Te esperando prum duelo
Você vem com essa cara
Me dizendo

que não gosta do jeito
Que eu escolhi pra ser
Como eu me vesti pra guerra
No momento de nascer

E aí, quem dirá?
E assim, quem sabe?
Quem sabe, e aí?
Quem aí sabe?

Você pode querer que a pedra caia para cima
Mas quando arremessar pro alto ela só mira ao chão!

Se eu fechar os olhos
E pensar no teu abraço
Eu me lembro headphone e sol menor!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Vou deixar o vento entrar

E me perguntei: qual é o limite da vida privada?
Se a casa e a intimidade são invioláveis, por qual motivo pessoas sem qualquer relação com sua vida insistem em se interessar?
Foi nesse momento que pensei sobre o assunto. Será que a proteção da intimidade depende do fim da liberdade? São ideias opostas?
Entendi por muito tempo que liberdade é viver o extremo dentro da imaginação e intimidade seria fechar a minha casa pra quem quer que fosse.
Mas hoje entendo diferente.
Vou abrir minha casa, porque viver plenamente no mundo das ideias não é viver plenamente.
Vou abrir minha casa, pode entrar. Veja a varanda, a entrada. Te convido pra sala-de-estar e se quiser terá acesso até o meu quarto.
Afogue sua sanha de me conhecer sem que isso, no fim das contas, mude sua vida. Só não cometa o erro de me julgar, porque você pode até ver todas as goteiras e rachaduras, toda a poeira debaixo do tapete, mas quanto eu estiver pensando, quando eu estiver sonhando...
Aaaah, esse mundo é só meu! (e de quem eu entender por bem)
Eu vou sorrir, e você vai duvidar se é alegria.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sanfona de uma nota só

Queria dizer algo pra mudar o mundo. Poderia ser só o meu mundo mesmo...
O toque dos nossos dias, é um ritmo que eu não posso parar. Assim como meus dedos. Deixá-los dançar conforme os pensamentos é simplesmente deixar que voem.
Agora que não dividimos nossos dias, percebo que sinto falta sim... Perdi parte de mim.
Foi como uma droga a cujo despeito de ser uma doença viciante, dos seus efeitos sou ainda dependente.
Ao mesmo tempo foi como uma cirurgia emocional, que dominou todas as minhas paixões impedindo que eu morresse de vilanizar a mim mesmo.
O toque dos dias que não podemos controlar, ah se eu fosse senhor da palavra, da razão e do sentimento.
Mas não. Não há tempo pras lamentações. Após a destruição novamente o alicerce.
De certa forma você nunca morrerá em mim, responsável que foi pelas últimas grandes transformações. Mas eu posso mesmo aceitar o subjugo de caprichos seus?
O tempo que não podemos controlar.
É incrível como falar do tempo, de coisas abstratas e do próprio coração simultaneamente pode gerar um efeito de sanfona. Sanfona de uma nota só.


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Projeto ou sonho?

Não vou subornar meus sentimentos vendendo bem estar por um sorriso. Não vou fazê-lo pois esta prática antes de ser ardil é um  auto engano. Não. Eu vou prostituí-los. Deixá-los em qualquer esquina. Vou vendê-los por qualquer grão de afeto. Elevar ao alto do prazer, e que não se desperdicem pelo simples fato de não serem papel e plástico. Vou "promiscuizá-los" até que entendam seu verdadeiro papel no mundo. E no dia que me cansar de brincar com a própria dor; quando esta já não suportar de ser ridicularizada, pormenorizada e relegada a um papel de coadjuvante na minha vida, aí as nuvens que cercam minha consciência se dissiparão, e abrir-se-á espaço do sol. Magnífico e absoluto...

domingo, 8 de janeiro de 2012

um pouco de estrelas no céu (menos filosófico)

o problema é que ele condicionou a própria felicidade ao juízo que os outros tem dele, fazendo de cada minuto sozinho uma tormenta.
o pior é que os minutos assim vem se multiplicando e acabou vagando a esperar milagres.
quantas vezes já pediu por ela; agora a ideia é tão sedutora...
o problema desta encruzilhada é a dúvida entre conquistar tudo e dar de migalhas aos seus assassinos ou nada fazer por eles, deixando-os à mercê da própria sorte...
talvez o ponto de equilíbrio esteja em ignorar, e rir dessa piada construída ao longo desses anos.
ele só quer começar a vida, de um jeito que não se resumisse a conquistar coisas e respeito...

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

E eu que pensava...

O problema de amar aos outros como a ti mesmo é que você pode se apaixonar. E isso acaba representando uma dor constante. Assim, procuro amar minhas dores e sofrimentos. A elas me agarro e construo muros no lugar de poltronas numa sala aberta.