sábado, 3 de novembro de 2012

o dilema do papel e da razão

o engraçado é que a caneta é uma interlocutora ansiosa.
ela praticamente força o encontro do sentimento com a expressão.
viva em tinta, se entorna em pedaço de papel, embebedando-o.

como curar a ressaca? é o dilema do papel.
tantas lamúrias, reclamações, pesares...
me toca até com nuances de lascívia quando sou guardanapo a la carta de amor.

o que importa é que a razão, mediadora da emoção, predadora de certezas,
vem com seu jeito majestoso e incontestável
e filtra toda aquela verdade que estava a se jogar pela tinta da caneta e pelo nervosismo das mãos

pra onde vai tudo isso? seca ou se canaliza em versos outros?

Nenhum comentário:

Postar um comentário