quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Minha viagem

A tendência do meio é de excluir aqueles seres que não se adaptam, assim como preconizou a teoria da ev. das espécies. Bom, o que tem a ver exatamente isso com uma viagem? Na verdade eu sempre busquei sentido pra tudo, ainda que definitivamente eu não tenha conseguido sucesso em nenhum caso. Sempre vejo todos bem confortáveis, cada um no seu lugar na sociedade sem notar nas pessoas a inquietação que sempre notei em mim mesmo. Mas que p...!! Pensava eu. Aonde é que eu devo estar? O que me espera? Quando eu vou encontrar o que quer que eu tenha de encontrar? Foi aí que eu viajei, foi aí que eu caí, foi onde eu perdi. Viajei por lugares áridos, solitários. Sempre esperando que alguém viesse me buscar. Apesar disso, sempre que alguém me dirigia a palavra eu sempre respondia com um sorriso terno, como se estivesse tudo bem. Sempre atuando como quem não faz diferença. Mas eu faço diferença! Ou pelo menos deveria fazer, raciocinei comigo mesmo. Foi nesse momento que entendi ser a hora de por fim a tal viagem e que era o momento de buscar algo. Algo que ultrapassasse os limites da vontade. Algo concreto e com possibilidade de êxito. Não é possível continuar a viver com a mesma fórmula depois de terminar a viagem por um lugar tão ruim. Eu conheci a vontade do fim. Não mais. Eu sei que ainda me encontrarei com momentos tristes, mas não quero encarar novamente a tristeza, não mais...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Confissões de um Passante

Meu andar revela quem estou
Hoje que saí com andar de “nada a perder”
E resolvi mudar a marcha para um “tudo a ganhar”
Que tem mais esperança

A chuva que cai é real
Há a chuva de fazer tudo desacelerar
E a chuva de fazer tudo andar depressa

Há o andar pra quem vê as coisas belas
E outro pra quem quer que tudo passe depressa
Há também o andar dos desesperados
O dos corajosos e o dos cansados

Não é tão simples escolher
Não como escolher uma música para cantar
Ou para dançar

O andar também carrega o peso do olhar
Daquele primeiro contraste vamos do fosco ao reluzente
E caminhamos mais
E cada vez mais confiantes
Cada vez mais distantes do engatinhar de outrora

E a valsa do andarilho já se faz de olhos fechados
O andar tem ritmo, intensidade, humor
E cada um é seu próprio senhor para caminhar como entender melhor
Eu escolhi andar para lá
É lá que eu quero ficar
Mas não adianta querer encontrar esses passos
Pois são esguios e correm somente quando sua vaidade o permite

Desejá-los dói, corrói, destrói
Por isso o tenho detido em carreiras falsas
A fim de provar quem não sou

Sei que cada minuto me aproxima de lá
Mas é lá que eu quero ficar
Por isso vou depressa, correndo
E é por isso que meu andar...
Esse carrega consigo uma oração.