quinta-feira, 19 de julho de 2012

Em memória do que foi com o vento


Comece pelas folhas
Retire-as todas, estão secas...
Deixe nu aquele galho perdido
Já não tem alma

O cheiro se eleva

Quebre
De modo que não mais se reconheça
Seja reconhecível
Visível
Arranque de maneira bárbara
Na rudeza deixe sinais que a pele foi violada

Não há sangue
Talvez já tenha havido seiva
Exala mais aroma
Próximo à base é mais madeira
e menos ramo...
Menos frágil

Apressa teu passo
Está tudo sujo
Ah, como é fácil correr a mão pela folha!
Limpar tudo...

Tão bom poder ouvir o canto esquecido de um pássaro...
Agora, só o fogo ou o tempo poderá quebrar
Sim, havia ali um poço de história.

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